Moro numa casa um tanto quanto isolada. Não tenho muitos vizinhos humanos. Mas tenho a felicidade de viver cercado de passarinhos. E agora que é primavera eles estão a plena carga. Adoram aparecer. Logo pela manhã, antes das seis, uma sabiá já solta seu canto que para mim parece voz de criança pedindo dengo para a mamãe. Os bem-te-vis também se anunciam e um bando de baitacas passa pelo céu anunciando que o dia já nasceu. Daí vou trabalhar sabendo como é bela a natureza e estes habitantes tão desprotegidos e tão felizes que são os pássaros.
Os beija-flores vêm tomar água nos bebedouros que instalamos e fazem poses como que estivessem a se exibir. Também se alimentam do néctar das flores do nosso jardim. Tem também uns pássaros negros de rabo comprido que não sei o nome que se reúnem aos bandos no meio da praça para “pastar’ na grama. Os quero-queros são os mais enxeridos e fazem algazarras com seus gritos escandalosos.
Adoro meus vizinhos passarinhos. Talvez até mais do que meus vizinhos humanos. Talvez porque não almejam nada, nem nos invejam. Eles só querem mesmo é ser feliz. Me espelho neles , pois se vivesse como eles, a vida passaria ainda melhor do que já é.
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