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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O INCÊNDIO DO EDIFÍCIO JOELMA

 Ontem, no meu ambiente de trabalho recebi uma moça cujo nome é Joelma. Brinquei com ela citando a cantora da banda calypso e uma outra cantora da década de 70  que também tinha o mesmo nome, e me surpreendi quendo ela muito jovem,  citou que a mãe dela sempre comentava isso. Lembrou-me também que houve um edifício que incendiou-se e que tinha o nome dela. Surgiu daí o tema do meu post de hoje. Não que eu goste de recordar tragédias, mas é que elas sempre trazem lições para a humanidade, e esta parece que serviu.
O edifício Joelma, atualmente denominado edifício Praça da Bandeira, é um prédio situado na cidade de São Paulo. Foi inaugurado em 1971.
Com vinte e cinco andares, sendo dez de garagem, localiza-se no número 225 da Avenida Nove de Julho, com outras duas fachadas para a Praça da Bandeira (lateral) e para a rua Santo Antônio (fundos).
Tornou-se conhecido nacional e internacionalmente quando, em fevereiro de 1974, um incêndio provocou a morte de 187 pessoas.
O prédio foi construído utilizando-se uma estrutura de concreto armado, com vedações externas de tijolos ocos cobertos por reboco e revestidos por ladrilhos na parte externa. As janelas eram de vidro plano em esquadrias de alumínio, e o telhado de telhas de cimentoamianto sobre estrutura de madeira.
Concluída sua construção em 1971, o edifício foi imediatamente alugado ao Banco Crefisul de Investimentos.  No começo de 1974 a empresa ainda terminava a transferência de seus departamentos quando, no dia 1 de fevereiro, às 08:54 da manhã de uma sexta-feira, um curto-circuito em um aparelho de ar condicionado no 12° andar deu início a um incêndio que rapidamente se espalhou pelos demais pavimentos. As salas e escritórios no Joelma eram configurados por divisórias, com móveis de madeira, pisos acarpetados, cortinas de tecido e forros internos de fibra sintética, condição que muito contribuiu para o alastramento incontrolável das chamas
Quinze minutos após o curto-circuito era impossível descer as escadas que, localizadas no centro dos pavimentos, não tardaram a serem bloqueadas pelo fogo e fumaça. Na ausência de uma escada de incêndio, muitas pessoas ainda conseguiram se salvar descendo pelos elevadores, mas estes também logo deixaram de funcionar, quando as chamas provocaram a pane no sistema elétrico dos aparelhos e a morte de uma ascensorista no 20° andar.
Sem ter como deixar o prédio, muitos tentaram abrigar-se em banheiros e nos parapeitos das janelas. Outros sobreviventes concentraram-se no 25° andar, que tinha saída para dois terraços. Lembrando-se de um incidente similar ocorrido no Edifício Andraus dois anos antes, em que as vítimas foram salvas por um helicóptero que se aproveitou de um heliporto no topo do prédio, eles esperavam ser resgatados da mesma forma.
O Corpo de Bombeiros recebeu a primeira chamada às 09:03 da manhã. Dois minutos depois, viaturas partiram de quartéis próximos, mas devido a condições adversas no trânsito só chegaram no local às 09:10
Helicópteros foram acionados para auxiliar no salvamento, mas não conseguiram pousar no teto do edifício pois este não era provido de heliporto ,telhas de amianto, escadas, madeiras e a fumaça do incêndio também impediram o pouso das aeronaves.
Os bombeiros, muitos deles desprovidos de equipamentos básicos de segurança, como máscaras de oxigênio, decidiram entrar no prédio para o resgate, tentando alcançar aqueles que haviam conseguido chegar ao topo do edifício. Foram apenas parcialmente bem sucedidos; a fumaça e as chamas já haviam vitimado dezenas de pessoas. Alguns sobreviventes, movidos pelo desespero, começaram a se atirar do edifício. Mais de 20 saltaram; nenhum sobreviveu.
Apenas uma hora e meia após o início do fogo é que o primeiro bombeiro conseguiu, com a ajuda de um helicóptero  (o único potente o suficiente para se manter pairando no ar enquanto era feito o resgate), chegar ao telhado.  Já então muitos haviam perecido devido à alta temperatura no topo do prédio, que chegou a alcançar 100 graus . A maioria dos sobreviventes ali conseguiu se salvar por se abrigarem sob uma telha de amianto.
Por volta de 10:30 da manhã o fogo já havia consumido praticamente todo o material inflamável no prédio. O incêndio foi finalmente debelado, com a ajuda de 12 auto-bombas, 3 auto-escadas, 2 plataformas elevatórias e o apoio de dezenas de veículos de resgate[
Às 13:30, todos os sobreviventes haviam sido resgatados.[2]
Dos aproximadamente 756 ocupantes do edifício, 188 morreram e mais de 300 ficaram feridos . A grande maioria das vítimas era formada por funcionários do Banco Crefisul de Investimentos.
A tragédia do Joelma, que se deu apenas dois anos após o incêndio no Edifício Andraus, reabriu a discussão popular com relação aos sistemas de prevenção e combate a incêndio, cujas deficiências foram evidenciadas nos dois grandes incêndios. Na ocasião, o Código de Obras em vigor era o de 1934, um tempo em que a cidade tinha 700.000 habitantes, prédios de poucos andares e não havia a quantidade de aparelhos elétricos dos anos 70.
A investigação sobre as causas da tragédia, concluída e encaminhada à justiça em julho de 1974, apontava a Crefisul e a Termoclima, empresa responsável pela manutenção elétrica, como principais responsáveis pelo incêndio. Afirmava que o sistema elétrico do Joelma era precário e estava sobrecarregado. Além disso, os registros dos hidrantes do prédio estavam inexplicavelmente fechados, apesar de o reservatório conter na hora do incêndio 29,000 litros de água.
As conseuencias disso foram,  a completa revisão do código de obras e a intensificação da fiscalização e o aprimoramento dos sistemas de segurança dos edifícios. Com isso, passados quae 40 anos do episódio, nunca mais aconteceu uma tragédia do mesmo genero e com tão trágico resultado na cidade de São Paulo.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Olá por gentileza, alguem podeira me orientar em qual site ou blog encontro a lista de nomes dos falecidos no incêndio? procuro por uma pessoa.
    Por favor envie a resposta para este e mail., selmajsa.alvarez@gmail.com.
    Grata pela atenção.

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