No último fim de semana dirige-me a cidade de Eldorado para visitar a Caverna do Diabo e no retorno visitei ilha comprida e Iguape. Partindo de Tapiraí passei pelas cidades de Juquiá, Registro, Jacupiranga, Eldorado, Pariquera-açu, Iguape e Ilha Comprida. Excessão feita ao pequeno trecho da BR-116, passei por estradas de pista única, mal sinalizadas, sem acostamento e esburacadas. Ao longo do caminho plantações de banana, palmito e plantas ornamentais em algusn trechos. Em outros nenhuma cultura ou atividade econômica. As pessoas que vi eram pessoas simples oriundas dos quilombos e redutos indígenas habituadas ao trabalho no cultivo da terra.
Comparando as duas paisagens, pareciam países distintos, sendo que na realidade estava no mesmo estado. Diante disso , me pus a refletir sobre as razões das diferenças tão grandes. Analisando sob o ponto de vista histórico vamos notar que a região de Campinas foi colonizada por europeus e descendentes durante o rico ciclo do café. Já o Vale do Ribeira , não teve o mesmo privilégio principalmente porque suas terras são acidentadas e pouco férteis.
Mas por outro lado, o Vale do Ribeira possui uma riqueza natural imensa pela existência das matas, das cavernas e dos Rios. Desta forma fica a indagação, porque não se buscou outras formas de desenvolvimento? Em governos anteriores houveram algumas tentativas. A última que eu me lembro foi no governo de Mário Covas, quando se realizou em Registro um grande encontro tendo como tema de debate o desenvolvimento do Vale do Ribeira. Estavam presentes neste encontro todos os prefeitos da região, o governador do estado e quase todos os seus secretários , além de vários deputados federais e estaduais. Foram apresentados durante o encontro vários painéis sobre as possibilidades econômicas do vale : o turismo, o cultivo sustentável de palmito, a produção de carnes exóticas, a mineração etc.
No entanto, passados cerca de 12 anos do acontecimento que foi em 1999, o Vale do ribeira continua estagnado. As cidades não cresceram, algumas delas até diminuíram de tamanho e não surgiram novas atividades econômicas. A meu ver faltou acima de tudo uma capacidade de mobilização da população no sentido de inovar e prosperar. Pode-se ver isso principalmente pelos políticos da região que continuam sendo sempre os mesmos se revezando no poder.
O vale do ribeira necessita pois de um choque econômico e cultural, capaz de incentivar as populações na busca do necessário progresso. As pessoas precisam aprender a lutar por uma vida melhor , em vez de conformarem-se e esperarem que tudo caia do céu.
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