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quarta-feira, 30 de março de 2011

INDIO, O SERESTEIRO DE TAPIRAÍ..


“Yo no te ofrezco riquezas
Te ofrezco mi corazon
Te ofrezco mi corazon
A cambio de mi pobreza.

Malaguena salerosa
Besar tus labios quisiera
Besar tus labios quisiera.
Malaguena salerosa
Y decirte niña hermosa.”

Esse é o trecho que eu mais gosto de uma canção espanhola muito conhecida no mundo todo. Talvez uma das mais executadas em todos os tempos. Os mais jovens desconhecem mas os mais velhos hão de lembrar dos anos 70 e 80, em que um homem simples e triste a interpretava pelos bares e ruas de Tapiraí. Não havia quem não gostasse. Conta-se que até o empresário Antonio Ermírio de Moraes em uma de suas visitas a Usina do Alecrim na CBA, se curvou diante da magnífica interpretação que ele dava a música. Seu nome completo, eu não sei e poucos devem saber. Talvez se investigáramos os livros do cartório o descobriremos, mas que importância isto tem? Se tinha parentes por aqui não sei. Mas jamais me esquecerei do grande ÌNDIO. Era assim que era conhecido e gostava de ser chamado. De feições silvícolas, cabelos longos e olhos tristes, ele se recostava nos bancos dos bares de Tapiraí e do Turvo e dedilhando seu sofrido violão , cantava canções que quase sempre falavam de um amor não correspondido. Por várias vezes solicitei que ele cantasse esta canção e sempre me emocionava com a sua interpretação. O pagamento era uma pinga ou um sanduiche de mortadela que eu pagava para ele no bar. Hoje penso que poderia ter feito muito mais por ele...
Morreu pobre e sozinho por aqui mesmo, porém alguém se lembrou de colocar sobre seu túmulo uma placa com dizeres e a figura do seu violão.
Receba pois amigo ÍNDIO esta homenagem vinda do fundo de minha alma. Você me ensinou a gostar dos humildes e desprezados e mostrar-me o quanto esta gente tem valor

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