OS PARADIGMAS QUE IMPEDEM O DESENVOLVIMENTO DE TAPIRAÍ
Vivi e vivo em Tapiraí grande parte da minha vida. As vezes
me questiono o porque disso. A resposta
vem de um sentimento arraigado da infância vivida neste lugar, ao lado
do meu pai , minha mãe de de meus
irmãos. Sim, tive uma bela infância por aqui e a modernidade, beleza e riqueza
das grandes cidades não conseguiram me conquistar em sua plenitude. Por isso
mesmo, optei em viver nos próximos anos em Tapiraí.
Mas, no intimo do meu ser, uma pergunta palpita: Por que a
cidade não cresce? Não queria que ela se tornasse uma metrópole gigantesca
recheada de problemas, mas gostaria de vê-la ao menos seguindo os passos de
Piedade. Em Piedade, sente-se o realce de uma vida mais moderna e confortável.
Isso posto gostaria de listar alguns paradigmas que impedem o desenvolvimento
da cidade. Paradigma é a representação de um padrão a
ser seguido. É um pressuposto filosófico,matriz, ou seja, uma teoria.
Pois bem , estas
teorias surgidas por interesse de algumas partes, acabaram por firmaram-se,
principalmente em razão da pouca informação das população.
O primeiro
paradigma que precisamos combater é aquele que afirma que a proibição do
desmatamento impede o desenvolvimento. Realmente impede as atividades
exploratórias que degradam a natureza, como os serviços com madeiras, carvão
vegetal e palmito, porém representam também uma grande oportunidade de
desenvolvimento da agricultura sustentável que consiste em respeitar as
condições originais naturais inserindo novas atividades. Por exemplo, o cultivo
de palmeiras por entre a mata nativa. Além da agricultura sustentável, o
ecoturismo e o turismo rural também poderiam ser incrementados.
O segundo
pardigma que inclusive se contradiz o primeiro é aquele que afirma que a atividade
industrial é sempre poluidora e degradante. Existe uma infinidade de atividades
industriais que podem ser desenvolvidas sem riscos ambientais. Exemplos disso
são as confecções e a agroindústria.
Como terceiro
paradigma eu cito o atraso na forma de ver a política, entendendo que bom
político é aquele que ajuda a população pagando suas contas, ou prestando-lhe
favores. Se a população não tem condições de sobreviver por si só, é porque
falta o desenvolvimento econômico. Pessoas bem empregadas e bem remuneradas não
precisam de favores de políticos para sobreviverem. Bons políticos são portanto
aqueles que promovem o desenvolvimento e permitem que as pessoas sejam donas
dos seus destinos, sem dependencia.
E como quarto e
ultimo grande paradigma considero aquele que estabelece que para ser prefeito é
preciso ter dinheiro. Realmente se partimos do presuposto anterior , isto de
fato é verdade, porém corrigido isto, o importante é que a pessoa possua visão
estratégica, noções de planejamento e capacidade para fazer acontecer. A meu
ver a quantidade de riqueza que a pessoa precisa possuir é muito mais de
formação do que econômica.
Não basta pois
trocarmos os governantes para que a cidade se desenvolva. É preciso antes de
mais nada combater estes paradigmas.