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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

AS DIFICULDADES DE SE MORAR EM TAPIRAÍ

Há cerca de três anos e meio fiz a opção por morar em Tapiraí. Estava estressado e enjoado da vida na cidade grande, onde era apenas mais um indivíduo. Optei pela vida tranqüila da minha pequenina cidade onde ainda impera a amizade, e a gente se sente melhor ,por não sermos apenas mais um indivíduo. Na cidade pequena todo mundo é celebridade.
Assim mudei-me para Tapiraí  e só depois comecei a procurar alternativas econômicas para a sobrevivência. Antes disso, investi na cidade, ampliando a minha casa , gastando dinheiro no comércio local e dando emprego a 5 pessoas por 3 meses. Depois disso tentei duas alternativas comerciais desativadas após três meses, devido a inviabilidade econômica pelo baixo movimento.Neste ínterim realizei várias provas de concursos públicos com vagas na região. Em dois deles passei em primeiro lugar: Prefeitura de Tapiraí e CREA. No primeiro o edital dizia que haviam 6 vagas. Passados dois anos, ninguém foi contratado na função que continua sendo ocupada por pessoa comissionada, cuja a idoneidade é questionada por pelo menos metade da população local. No segundo não havia nenhuma vaga em aberto. O concurso era para eventuais vagas a serem geradas. É meu atual emprego.
Antes de trabalhar no CREA, virei-me dando aulas de matemática no ensino médio em Piedade, visto que na única escola de Tapiraí, não haviam aulas disponíveis de matemática e física, disciplinas para as quais estou habilitado. Assim sendo a alternativa econômica que me sobrou é em Piedade, me obrigando a um deslocamento de 80 km todos os dias.
Mas as dificuldades não pararam ai. Recebo um ticket alimentação, para uso em supermercados. Não consigo utilizá-lo em Tapiraí porque os dois supermercados locais não o aceitam. Tenho benefício de reembolso em medicamentos, porém se comprá-los em Tapiraí, não consigo o reembolso porque a farmácia local não fornece nota fiscal com o CPF. É necessário exigir um procedimento que é obrigatório por lei. Recebo pagamento pelo Banco do Brasil e a única agencia bancária da cidade é do Bradesco. Esta agência só existe em razão da política do Bradesco de manter agencias em todos os municípios brasileiros, pois se não fosse isto, nem esta haveria.
Na busca de economia em combustível e manutenção do veículo optei em duas vezes por semana, utilizar ônibus para ir até Piedade, porém esbarro em duas dificuldades: Na ida não existe horário de circular que chegue em Piedade as 8 horas, que é o horário em que a grande maioria das pessoas começam a trabalhar. Assim sendo sou obrigado a utilizar ônibus de linha intermunicipal cujo preço da passagem é o dobro. Na volta saio as 5 da tarde do trabalho, mas só existe ônibus as 6:30. Preciso aguardar uma hora e meia pelo ônibus.
Além disso em Tapiraí não existem médicos especialistas, qualquer consulta têm de ser feita em Piedade ou Sorocaba. Em Tapiraí, não tem academia de ginástica, tendo que utilizá-la em Piedade. Em Tapiraí existem apenas 2 postos de gasolina , cujo preço dos combustíveis é no mínimo 10% maior que em Piedade. Em Tapiraí os acessos a internet são limitados e lentos. Em tapiraí os serviços de comunicação são sempre precários. Em Tapiraí não existem opções de lazer. Quando peço pizzas em Tapiraí, as entregas são demoradas e as vezes vem com sabores diferentes dos pedidos. E não temos outra opção porque só existe uma pizzaria na cidade. Aos domingos se quisermos almoçar em um restaurante temos de ir antes das 14:00 horas, porque depois disso todos os restaurante fecham.
Por tudo isso, estou reavaliando minha decisão. Será que vale a pena morar em Tapiraí?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

CUIDADO: A CRISE EUROPÉIA PODE ATINGIR SEU BOLSO

Se você acompanha a crise na Europa com o desinteresse de quem não tem nada a temer com as notícias ruins que chegam do outro lado do oceano, é bom saber que o Brasil não está imune ao clima de incerteza que atinge os mercados do mundo inteiro. As dificuldades enfrentadas por países como Grécia, Portugal e Itália e o complicado cenário político-econômico nos Estados Unidos podem, em algum momento, atingir seu bolso.
Prejuízos no mercado de ações, viagens internacionais adiadas ou canceladas, endividamento e até mesmo a perda do emprego estão entre os possíveis efeitos da crise internacional na vida do brasileiro.
“Muitas pessoas, ao acompanharem o noticiário, perguntam de maneira irônica o que a Grécia tem a ver com o Brasil, sem levar em consideração o fato de que a economia global hoje está completamente interligada. Se o cenário econômico internacional se deteriorar, é possível que tenhamos que enfrentar fenômenos semelhantes aos vivenciados em 2008”, diz Creomar Lima de Souza, professor de Relações Internacionais no Ibmec Brasília e especialista em economia internacional e dos EUA.
Quem sentiu na pele os efeitos da crise de 2008 não tem dúvidas de que os brasileiros têm muito a perder diante de um tropeço na economia europeia ou americana. É o caso da ex-gerente de recrutamento e seleção de uma consultoria internacional presente no Brasil. A crise atingiu em cheio a empresa, que demitiu quase 20% de seu quadro de funcionários entre o final de 2008 e o início de 2009.
À época liderando um time de profissionais orientados para selecionar novos funcionários, a executiva não apenas teve que suspender novas contratações, como acabou também sendo vítima dos cortes realizados pela consultoria. “De uma hora para outra, a empresa paralisou os planos de expansão e começou a demitir, eliminando vagas em todas as áreas e cargos, incluindo boa parte da equipe de Recursos Humanos”, diz a executiva, que prefere não se identificar.
Ainda é cedo para prever movimento semelhante, mas a luz de alerta está acessa em grande parte das empresas, diz o consultor em recrutamento e seleção de executivos, Luis Henrique Hartmann. “Ao menos por enquanto, não é possível falar em impactos significativos no mercado de trabalho brasileiro. Mas é óbvio que a crise na Europa pode, em algum momento, levar as empresas multinacionais a reduzirem os investimentos no Brasil. Na prática, isso implica não apenas na redução de novas oportunidades de trabalho e na diminuição de salários, mas também em demissões em massa”, diz Hartmann.
Em 2008, muitos investidores brasileiros – alguns já desempregados - tiveram que lidar também com perdas significativas no mercado de ações em 2008. Em questão de meses, o ex-executivo de uma empresa de telecomunicações perdeu o emprego e mais de 50% de seu patrimônio investido na Bolsa de Valores.
“A crise de 2008 me pegou de surpresa e, de uma hora para outra, me vi sem emprego e com apenas metade do dinheiro que levei uma vida para economizar. Após meses de procura, encontrei uma nova colocação e consegui manter as finanças em dia. Mas o fato é que, quase quatro anos depois, ainda não consegui recuperar meu antigo padrão de vida”, conta o executivo.
Brasileiros precisam poupar dinheiro e evitar dívidas
Diante do cenário atual e do histórico de efeitos da crise americana sobre o Brasil em 2008, os especialistas em finanças recomendam cautela. “A capacidade da economia brasileira de reagir não está clara e ninguém é capaz de prever se a crise pode contaminar todos os países da zona do euro. Tampouco se sabe se o presidente Barack Obama será bem sucedido em sua tentativa de reduzir o déficit americano. A incerteza é muito grande e não é aconselhável se arriscar nesse momento”, afirma Leandro Ruschel, especialista em mercado financeiro.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

PASSOS NA RUA E BALANÇO DE PONTE PODEM SER CONVERTIDOS EM ENERGIA

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia Massachusetts (MIT) desenvolveram um microgerador de energia que funciona a partir de vibrações de baixa frequência. A novidade, apresentada em agosto na publicação Applied Physics Letters, se difere dos modelos criados até então por conseguir trabalhar com um espectro maior de variação dessas vibrações, o que significa até 100 vezes mais energia gerada, na comparação com dispositivos comuns.
A tecnologia, tecnicamente chamada de sistema microeletromecânico e abreviada como MEMS , é voltada ao uso em sensores sem fio. "Há uma grande gama de sensores wireless disponível, mas não há baterias capazes de alimentá-las", afirma o professor de engenharia mecânica do MIT Sang-Gook Kim, envolvido no projeto. "Acredito que nossos geradores são a solução para isso", continua.
As redes de sensores sem fio que existem atualmente exercem funções que vão desde supervisionar o funcionamento de máquinas em uma fábrica até medir a poluição ambiental, passando pelo monitoramento das vibrações de pontes e prédios, por exemplo. Mas o uso dos equipamentos, embora hoje em dia eles já apresentem melhorias para consumir menos energia, esbarra na necessidade de trocar suas baterias com frequência.
Para contornar o problema, cientistas têm pesquisado formas de gerar a energia necessária a partir de fontes naturais, como as vibrações geradas por passos na calçada, o balanço de uma ponte com o vendo ou o zunido do maquinário de uma fábrica. A técnica consiste em usar materiais chamados de piezoelétricos, ou seja, que acumulam energia quando são pressionador. Os PZTs, pequenas placas desse material, são acoplados a um chip e a uma viga de balanço. Quando a viga se move para cima e para baixo com as vibrações, pressiona o PZT, que acumula energia, e esta é recolhida por microeletrodos.
Mas a tecnologia com a viga de balanço tem uma limitação: a viga tem uma frequência própria de vibração, ou seja, um ponto em que gera sua máxima energia. Fora desse valor, o balanço, assim como a energia gerada a partir dele, caem drasticamente. "No laboratório você pode gerar a vibração na frequência que quiser, mas na natureza a fonte da vibração não é constante, e a energia produzida é muito pequena se a natureza não oferece o volume preciso de que você necessita", explica outro pesquisador envolvido no projeto, Arman Hajati.
Para superar a questão, ou seja, ampliar o espectro de vibrações capazes de ser aproveitado para a geração de energia, os cientistas do MIT desenvolveram um sistema que não usa viga de balanço. O microchip de 2,5 centímetros de diâmetro é ligado, em ambas as pontas, e uma estrutura semelhante a uma ponte, que tem uma única camada de PZT e um peso no centro. O ganho foi de cem vezes na energia final, com um único dispositivo sendo capaz de gerar 45 microwatts de energia.
Agora, o desafio dos pesquisadores norte-americanos é fazer com que o MEMS responda dessa mesma forma a vibrações de frequência menores do que as usadas nos testes iniciais. Isso porque, na natureza, são poucas as fontes de vibração que entregam frequências altas como as utilizadas no laboratório, segundo o professor de engenharia aeroespacial Daniel Inman, da Universidade de Michigan. De acordo com Hajati, do MIT, este é exatamente o próximo passo do desenvolvimento do produto.
"Nossa meta é chegar a 100 microwatts", afirma o pesquisador. "Para monitorar um oleoduto, por exemplo, se o gerador for capaz de entregar 100 microwatts de energia, é possível alimentar a rede de sensores sem fios eternamente", conclui.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

BRASIL É O PAÍS ONDE FAZER FACULDADE, MAIS AUMENTA O SALÁRIO

Investir em uma formação de ensino superior resulta em ganhos futuros. A conclusão faz parte de relatório divulgado nesta terça-feira, 13, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o documento, no Brasil, ter curso superior resulta em um aumento de 156% nos rendimentos. Um salário mínimo de R$ 545 seria elevado para quase R$ 1.400, por exemplo. Um salário de R$ 2 mil viraria R$ 5.120 com curso superior. É o mais alto índice entre todos os 30 países pesquisados.
A falta de qualificação de nível médio é, de acordo com o estudo, “um sério impedimento para encontrar emprego”. Jovens que não concluem o ensino médio e que não estão estudando estão 21 pontos percentuais menos propensos a encontrar um emprego.
A OCDE avalia que há um “alto nível de vulnerabilidade” na educação brasileira, principalmente entre os estudantes com 15 anos de idade. Cerca de 50% deles apresenta baixa pontuação em leitura. Entre os países que participaram do estudo, a média é 19%.
Além disso, o risco de obter essa pontuação baixa é uma vez e meia maior para estudantes com desvantagem de origem socioeconômica; 1,3 para os meninos em relação às meninas; e 1,3 para estudantes cujos pais têm baixo nível de escolaridade.
O relatório aponta também que, entre 2000 e 2008, o Brasil foi o país que mais aumentou os gastos por aluno da educação primária até o segundo ciclo da educação secundária (ensino médio), equivalente a uma elevação de 121%.
“O mundo reconhece que o Brasil fez, na última década, o maior esforço de investimento na educação básica entre todos os países avaliados [pela OCDE]”, comemorou o ministro da Educação, Fernando Haddad, após participar da abertura de um congresso internacional sobre educação, ocasião em que comentou o relatório.
No entanto, a OCDE disse também que o total do produto nacional investido pelo Brasil em educação continua abaixo da meta da organização. No Brasil, o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) destinado à educação cresceu 1,8 ponto percentual, passando de 3,5%, em 2000, para 5,3%, em 2008. A média da OCDE ficou em 5,9% em 2008. Para Haddad, se o país mantiver “o passo dos investimentos”, conseguirá alcançar o percentual dos países ricos.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

RECORDAÇÕES DE PIEDADE

Horário de almoço , o sol brilhava, porém a temperatura estava muito baixa. A gripe que me atacou nas últimas semanas me tirou o apetite e eu optei em sentar em um banco da praça em vez de almoçar. O sol aquece meu corpo e anima minha alma. E começo a desfilar lembranças olhando para os prédios que me circundam . A igreja de Nossa senhora da Piedade onde vi muitas vezes o Padre Jorge rezar suas missas e acompanhar as procissões da festa do Divino. Lembrei-me da bandinha tocando dobrados . Fosse que festa fosse havia sempre uma banda de música que tocava dobrados. A minha esquerda a rua em declive onde havia a Casa Moreira, onde quando criança ia com meus pais comprar roupas. Lembrei-me do dia em que me separei deles e não os encontrava. Voltou-me aquela sensação de infância abandonada.
Ao lado da Casa Moreira havia o Bar Central , onde a gente comia um delicioso lanche. Adorava ir a Piedade, só para comer o lanche do bar central. E Lá em baixo, na rua que continua sendo a principal do comércio, havia a FotoTsukamoto e a Relojoaria Mikami, onde eu me deliciava a admirar os relógios expostos. Naquele tempo, sonho de garoto  era  ter um relógio e uma bicicleta. Um pouco antes dali ainda existe o Bazar Anchieta onde meu pai comprava meu material escolar. Lembro-me bem do prazer que ele tinha em investir na minha formação., em dizer que eu estava cursando o ginásio, coisa que na época pouquíssimos de Tapira faziam.
Olho para a rua a direita e lembro-me que ali morava uma professora chamada Dona Cida. Me deu aulas de português no curso de admissão ao ginásio. Daí me veio  a lembrança de todos os grandes mestres que eu tive no Colégio e Escola Normal Estadual Carlos Augusto de Camargo. Era este o nome completo da escola na época. Dona Maria Lúcia, Dona Maria Isaura, Dona  Maria Inês, Dona Massae, Paulo Plínio, Paulo de Góes, e tantos outros que contribuíram para a formação das idéias e pensamentos que me habitam.
Já quase finda meu horário de almoço e tenho de voltar ao trabalho. No caminho vou pensando na grande importância de Piedade na minha vida. Foi lá que estudei por sete anos, foi lá que tive minhas primeiras namoradas, foi lá que passeava com meus pais e é la que hoje eu trabalho . Concluo facilmente que Piedade é minha segunda pátria, embora nunca tenha morado lá. Concluo que Piedade é parte importantíssima da minha vida. Concluo que eu amo Piedade, tal como Tapiraí.